domingo, 1 de abril de 2007

Relacionamento


by Prem Aamod e Gyan Pavita

"Amai um ao outro.
Mas não façais do amor um cativeiro.
Deixai antes que seja um mar ondulante por entre praias de vossas almas.
Cantai e dançai juntos e sêde alegres.
Deixai porém cada um de vós estar só.
Bem como as cordas la lira, que estão separadas, e no entanto juntas vibram na mesma música."
Khalil Gibran, "O Profeta"

Saltar para fora de certos padrões tortos de comportamento exige comprometimento, confiança pra fuçar nas feridas e abrir o espaço pra curá-las.
Há que se olhar profundamente pata todo o lixo de crenças que herdamos e assimilamos sobre relacionamentos, todos os preconceitos, os medos de experimentar algo fora do velho conhecido ou de experimentar a tão conhecida dor emocional...
É necessário fazer as pazes com a figura feminina/masculina dentro de você para poder apreciar a beleza e a profundidade da diferença entre os sexos.
E é preciso estar disposto a descobrir todo um mundo novo de experiência, de prazer e de profundidade que a sexualidade pode oferecer, mas que a grande maioria das pessoas nem toca em toda a sua vida.
No final das contas, você vai descobrir que é muito mais lindo amar o ser humano comum que está ao seu lado, do que aquele príncipe ou o sapo..."Você se torna consciente de sua própria profundidade apenas quando alguém a toca. Apenas através do outro você se torna consciente de seu ser interior; apenas em profundo relacionamento o amor de alguém ressoa em você e traz a sua profundidade a ser. Apenas através de alguém você descobre a si mesmo" Osho.
Relacionamento sem dificuldades é utopia. Não existe relacionamento onde o príncipe, a princesa, não virem sapo mais cedo ou mais tarde. E aí começam os desafios. será que o amor resiste à realidade das fraquezas e imaturidade de cada um?
A solução não é procurar um novo amor, sem os defeitos do último. Quem fez isso bastante, provavelmente já se deu conta...
A questão é ver como a gente lida com as encrencas, usar a nossa sabedoria e coragem para encarar situações difíceis com um foco de crescimento, ao invés do eterno foco de carência e regressão.
Cada vez que o relacionamento toca nas feridas emocionais, a resposta regredida e mais comum é aquela birra, aquele fazer-se de vítima, ou o jogo de "a culpa é sua", ou aquela greve sexual-afetiva "você me magoou, não te dou o que você quer..."Todas essas alternativas podem até entreter a criança emocional da gente, e também dar a ela o pleno poder de dirigir a nossa vida. Ora, tendo uma criança dirigindo nosso relacionamento, não dá pra esperar uma relação madura e preenchedora, certo?

Um comentário:

GThees disse...

A parte mais difícil é não buscar a "paz" soprando aquelas velhas feridas, e sim continuar mexendo nelas até limpar tudo e aí sim nunca mais ser incomodado.