terça-feira, 10 de abril de 2007

ENTREVISTA CONCEDIDA A JORNALISTA ANGELINA ZANANDRÊZ DUTRA JUSTINO - ASSUNTOS CORPORATIVOS - TIM – MG ACERCA DO PROJETO TIM PRÓ-ÓPERA:



por Jak Jony Faria Mota


O que você acha da ópera, deste estilo musical?


Tinha que ser a TIM, para fazer um projeto como o “Aprenda a gostar de ópera” - assim gostamos de chamá-lo na intimidade de nossa agenda -, afinal de contas foi na Itália em que esse gênero artístico, onde o drama e a música aparecem em um casamento perfeito, apareceu na história . Daí, aproveitar desde já, para agradecer a vocês pela sensibilidade e esta nova forma de fazer-se como organização – ajudando-nos enquanto nação que necessita educar os seus cidadãos próximos do patrimônio cultural mundial, fincando raízes em tempos em que os homens construíram, as bases civilizatórias mais densas, como no caso das óperas – aqui gastando o que aprendi com o Walter Neiva, já que antes de conhece-lo não sabia nominar minha ignorância quando tema era a ópera -, com seus elementos teatrais onde a cenografia, o vestuário e atuação exigem nada mais que a “genialidade” e a vontade de co-criarmos com Deus.

Costumamos, eu e minha esposa , a perguntarmos “o que seria de Juiz de Fora se não tivéssemos o ‘Aprenda a gostar de ópera?’ e outros projetos desse tipo. Saibam vocês, que quando entramos no Pro Música nos dias das audições do Projeto, é como se o tempo abrisse sobre nossas cabeças e se aqueles pianistas, cantores, cantoras e aquele homem mestre carinhoso e sábio, ficasse na posição dos que intronizam, que iniciam homens e mulheres, na hierofania, no topos, no “axi mundi” de todos os deuses - sim, é assim que vemos a ópera desde que ouvimos as primeiras Arias presenteadas a nós por seres que ainda acreditam que existem formas de, mais que vivermos, honrarmos nossas vidas, com prontidões de corações, corpos e mentes, conforme vemos arrolados no repertório das óperas em seus diferentes estilos.


O que você acha do projeto TIM Pró-Ópera?

Como já disse acima, para muitas pessoas dessa cidade, a palavra TIM soa como sinônimo de VIDA, de liberdade para o espírito, com as tão faladas formas de organização que crescem com a preocupação de “sustentabilidade” de todas as “ecologias” – inclusive a do espírito.

Não vemos a hora de chegarmos na frente do Teatro Central, nossa casa mais bonita de espetáculos, e nos depararmos com a logomarca TIM anunciando uma ópera completa, com libretos impressos no mesmo estilo dos teatros dos centros culturais das Europa, Ásia ou Norte América.

Pelo que vocês já nos presentearam, isso faz-nos sonhar com o que virá por aí: muitos cantores acompanhados por um grupo musical maior, oxalá uma orquestra sinfônica.

Estes sonhos só aparecem porque vocês proporcionaram a amostra mais legítima, o precipitado de néctar para nossas almas.

O Tim-Pro Ópera acendeu em cada um de nós o tão falado poder secreto de querer atrair o melhor, o mais belo, o mais profundo para nossas almas.

É claro que a TIM não é só tecnologia de ponta na área da telefonia celular. Vocês para nós são pessoas em grupo fazendo “o caminho do coração”.

É claro que no momento, dando mais vida dentro da vida, já nos contentaríamos com mais alguns cantores, alguns outros instrumentos, algumas cenas completas com detalhes de iluminação, cenário e vestuários. Nossos pais ensinaram-nos a celebrarmos o possível que o impossível iria tomando a forma aos poucos dentro e fora de nós.

Por causa de vocês o nosso imaginário começou a lidar com novos personagens, com outros timbres vocais, com palavras como barítonos, tenor, contratenor, contralto, mezzo-soprano e soprano. Viram que lindo!

No meu caso isso foi milagre mesmo. Como diria o Paulo Freire, nunca imaginei que esses termos um dia teriam “sentido” na minha mente e no meu coração.

Estamos agradecidos pelo trabalho quase “apostólico” do Walter Neiva – ser construído de luz, homem que distribui tudo o que aprendeu sobre ópera com uma espontaneidade, simplicidade, só vista nos “verdadeiros santos”, naqueles que lidam com “missões” que salvam um mundo inteiro da ignorância e do que é medíocre, daí patológico e diabólico, nestes tempos de em que a mídia, mesmo quando não quer, assinala a violência e a desordem, teimosas “personagens” da única encenação que não queremos continuar vendo: a da “morte da esperança” ou do “surrealismo” que destrói a terra e tudo o que de belo existe debaixo do sol.

A TIM contribuirá como um bálsamo, como um incenso para esses tempos pós-modernos quando inaugurar aqui em Juiz de Fora um calendário de óperas anual . Já imaginaram? Pessoas de todo o estado de Minas Gerais chegando em ônibus fretados paras as Óperas Tim no Teatro Central. Um verdadeiro Revival!

A Ópera continuará, desta forma, depois de 400 anos, a fazer das suas, mudando o mundo, transmitindo ideais de uma suave revolução. Agora uma Revolução Pelo Coração.

Aí, como aconteceu na Itália, quem sabe não sairemos da fragmentação, unindo nossas forças, conjurando nossos sentimentos; não perceberemos outros elos comuns entre nós consumidores e vocês “patrocinadores” de “movimentos libertários de alma”, o que, sinceramente, é o TIM Pró-Ópera para mim.



Você aprendeu muita coisa com o projeto?

O Projeto Tim Pró-Ópera, vou continuar dizendo sempre, tem impedido que permaneça em Juiz de Fora sensações de existências cruas e miseráveis, essas que aparecem quando ficamos longe da beleza e próximos dos sentimentos mais primitivos e estranhos dos homens.

Projetos como este, revela em nós o poder de uma Arte como a Ópera atuando em vidas simples, tornando a trajetória de trabalhadores, de senhoras donas de casa, de estudantes, de músicos, um universo livre dos germes do autoritarismo, empurrando , cada um de nós, para outras utopias.

Agora é só vocês trazerem para nós a Ópera Completa como Programação do Teatro Central para que nos sintamos definitivamente arrebatados por essas mais belas representações da “fantasia humana” que são, pelo que estamos vendo, as Óperas.

No final, só quero agradecer a vocês, ao Pró Música, ao Walter Neiva, a todos os pianistas, cantores e cantoras que mudaram minha vida e a de minha esposa, presenteando-nos com a Ópera. Essa para nós, por “culpa santa” de vocês, passou a funcionar como “catalisadora” que reuni todas as manifestações do chamamos de arte, e para nós,

“ a Arte é uma das poucas coisas que nos torna diferente dos outros animais”.

Sem vocês a Ópera, por sua intensidade e complexidade, nunca se transformaria em algo fácil em nossas existências.

Pelo que estamos começando a ver, é ali nas óperas, em suas trajetórias, que encontramos o mosaico de nossa cultura ocidental marcadas pelos seus contrastes, expostos em cenas paradigmáticas, resumos da expressão das vontades da Existência para com a suas criaturas. Temos que dizer que, depois do que fizeram em nossas vidas, passamos a acreditar que a Ópera é um dos espetáculos que Deus adotou para os Seus programas pessoais. Ali ele celebra a criação dos homens e fá-Lo esquecer dos momentos em que desviamos do “ideal” almejado por Ele para cada um de nós: o de que desenvolvêssemos com liberdade ao máximo nossas possibilidades e capacidades em uma cena sem tantos contrastes e diferenças.

Vocês foram responsáveis por reviravoltas em nós. Agora Ópera já não é uma questão de desafiarmos nossos corpos, corações e mentes diante de um desconhecido gênero artístico. Tornou-se mais um instrumento, mais uma lente para vermos um mundo melhor. Não é mais um “luxo desnecessário”, uma “caricatura circense”, palavras que povoavam nossas mentes obscurecidas por nossa ignorância . Agora entendemos porque os homens que fazem e assistem óperas construíram teatros unicamente para esse fim em pontos tão distantes do globo terrestre, como Jacarta, Odessa, Johanesburgo, Manilla, Estocolmo, São Francisco, Sidney ou Manaus.

Vocês estão provando que ainda é possível investimos no que é diferencial na espécie humana: a inteligência, a possibilidade da percepção da beleza, a capacidade de celebrar e louvar o Criador de tudo e de todos. Isso deve estar sendo para vocês tão difícil quanto foi há 100 anos, na época do vapor, do telégrafo e da febre amarela. Deve está envolvendo um sem número de empecilhos que se comparam à aventura e ao atrevimento que foi fincar no meio da selva um Teatro como de Manaus.

Obrigado por tanta abnegação! Aqui em Juiz de Fora, nós continuaremos a dar nossos testemunhos de que um dia um “elenco mambembe” passou por aqui distribuindo conosco do prazer indizível que é descobrirmos nas Óperas do novo e do antigo, que faz-nos refletir acerca da Arte dos homens e mulheres.

E, como disse Márcio Páscoa, “ quando isto acontece é como se todos falássemos pela boca de Peri, o Guarani, de Carlos Gomes: Sento una forza indomita!

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