sexta-feira, 18 de maio de 2007

TEXTOS SELECIONADOS: Psicologia do Esotérico






By Osho

Psicologia do Esotérico
Por favor, diga-nos algo a respeito das tensões e relaxamento dos sete corpos.

A fonte original de toda tensão é tornar-se. A pessoa está sempre tentando ser alguma coisa; ninguém está à vontade consigo mesmo como a pessoa é. O ser não é aceito, o ser é negado, algo mais é tido como um ideal para vir a ser. Assim a tensão básica está sempre entre aquilo que você é e aquilo que você deseja vir a ser.

Você deseja tornar-se alguma coisa. Tensão significa que você não está satisfeito com o que você é, e você anseia por ser o que você não é. Tensão é criada entre esses dois. O que você deseja vir a ser é irrelevante. Se você deseja tornar-se rico, famoso, poderoso, ou mesmo que você deseje ser livre, liberado, divino, imortal, mesmo que você anseie por salvação, moksha, também assim a tensão estará presente.

Qualquer coisa que seja desejado como algo a ser realizado no futuro, contra você como você é, gera tensão. Quanto mais impossível for o ideal, a tensão está fadada a ser maior.
Portanto, uma pessoa que seja materialista é geralmente não tão tensa assim como aquele que é religioso, pois a pessoa religiosa está ansiando pelo impossível, pelo longínquo. A distância é tão grande que somente uma grande tensão pode preencher o intervalo.

Tensão significa um intervalo entre o que você é e o que você quer ser. Se o intervalo for grande, a tensão será grande. Se o espaço for pequeno, a tensão será pequena. E se não houver absolutamente nenhum intervalo, isso quer dizer que você está satisfeito com o que você é. Em outras palavras, você não anseia ser alguma outra coisa além daquilo que você é. Dessa forma sua mente existe no momento. Não há nada com o que ficar tenso, você está à vontade consigo mesmo. Você está no Tao. Para mim, se não houver nenhum intervalo, você é religioso; você está no dharma.

O intervalo pode ter muitas camadas. Se o anseio for físico, a tensão será física. Quando você busca um corpo particular, uma forma particular – se você deseja alguma outra coisa além do que você é no nível físico – então há tensão no seu corpo físico. A pessoa deseja ser mais bonita. Agora seu corpo fica tenso. Essa tensão começa no seu primeiro corpo, o fisiológico, mas se isso for insistente, constante, isso pode aprofundar-se e espalhar-se para as outras camadas de seu ser.

Se você tiver um tipo particular de mente e você quiser mudá-la, transformá-la – se você quiser ser mais sabido, mais inteligente – desse modo a tensão é criada. Só quando aceitamos totalmente a nós mesmos não nenhuma tensão. Essa aceitação total é o milagre, o único milagre. Encontrar uma pessoa que tenha aceito a si mesma totalmente é a única coisa surpreendente.

Existência em si mesma é não-tensa. Tensão é sempre devido a possibilidades não-existenciais, hipotéticas. No presente não há qualquer tensão; a tensão é sempre orientada para o futuro. Ela procede da imaginação. Você pode imaginar a si mesmo como alguma outra coisa além do que você é. Esse potencial que tem sido imaginado irá gerar tensão.

Assim quanto mais imaginativa a pessoa for, maior a possibilidade de tensão. Dessa forma a imaginação torna-se destrutiva. Imaginação também pode tornar-se construtiva, criativa. Se toda sua capacidade de imaginar estiver focalizada no presente, no momento, não no futuro, assim você pode começar a ver sua existência como poesia. Sua imaginação não estará criando um desejo; ela estará sendo usada no viver. Esse viver no presente está além da tensão.

Os animais não são tensos, as árvores não são tensas pois elas não possuem a capacidade de imaginar. Elas estão abaixo da tensão, não além dela. A tensão delas é somente uma potencialidade; não se tornou real. Elas estão evoluindo. Um momento chegará quando a tensão irá explodir no ser delas e elas começarão a ansiar pelo futuro. Isso está fadado a acontecer. A imaginação torna-se ativa. A primeira coisa sobre a qual a imaginação torna-se ativa é o futuro. Você cria imagens e devido a que não há nenhuma realidade correspondente, você prossegue criando mais e mais imagens. Mas no que se refere ao presente, você não pode ordinariamente conceber da imaginação em relação a isso. Como é que você pode ser imaginativo no presente? Parece não haver nenhuma necessidade disso. Esse ponto precisa ser compreendido.
Osho, Psicologia do Esotérico

Nenhum comentário: